quinta-feira, 23 de junho de 2011

meu SHOW 25/6!!!! KURT WEILL

Pessoaaaaal!!!

Tem dobradinha minha este fim de semana na série Cortinas Lyricas!!

No sábado é um show solo meu! Músicas do Kurt Weill! Desde suas produções com o Brecht, passando pela França, onde o compositor morou alguns anos antes de partir definitivamente para os USA, e terminando com a 'fase americana' no compositor.

Com direito a grandes pérolas como SURABAYA-JOHNNY, YOUKALI e SPEAK LOW!!

Acho que vai ser legal!! Venham!!

SÁB, 25 DE JUNHO, MEIO DIA, R$1,00

TEATRO OFICINA
Rua Jaceguai, 520
Tel: 3106-2818


E NO DOMINGO!!!!! 26/6

Eu e mais três cantoras apresentaremos o recital ALMA DEL CORE, que consiste de algumas das mais lindas árias antigas!!!!

CARO MIO BEN, O DEL MIO DOLCE ARDOR, LUNGI DAL CARO BENE, OMBRA MAI FU, e muitas outras!!!!


Com Denize Meira (soprano), Ana Suely Nobre e Catarina Justus Fischer (mezzo-sopranos), Aimar de Noronha Santinho (ao piano) e Luciana Nardelli (atriz)! Lindo!!!!!! Venham!!!

DOM, 26/6, MEIO DIA, R$1,00!

TEATRO OFICINA!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pascoal da Conceição foi ver Os Bandidos e escreve suas impressões

VÁ CORRENDO PARA O TEATRO OFICINA VER OS BANDIDOS


“Os atores acabam de chegar! Os melhores atores do mundo! Seja na tragédia, comédia, drama-histórico, pastoral, pastoral-cômica, histórico-pastoral, trágico-histórica, transcriação tragicomicahistóricapastoralconcretabstrata, tragikomediorgia, tanto o drama com unidade de tempo e lugar como no poema sem unidade nenhuma, Nelson Rodrigues, não muito pesado, nem Oswald de Andrade muito leve.
Tanto no respeito a tudo o que está no texto, dentro das normas, quanto na maior liberdade do improviso: ELES SÃO OS ÚNICOS.” W. Shakespeare.



Esqueça toda caretice, todo folclore que somos obrigados a ouvir quando se trata dos espetáculos que acontecem no Teatro Oficina. Mande pro lixo não reciclável o nhenhenhen preguiçoso que fala mal das peças de seis horas, ou daquele torcer de nariz que diz que já viu tudo e sabe de tudo. Talvez você fique meio sem jeito, como eu fico, quando um senhor todo de branco, até nos cabelos, vir cantando e de braços abertos em sua direção (é o Zé Celso), mas não vá pensando nada, nem deduzindo nada, ele vai te surpreender. Vai cantar o ponto das crianças engatinhando, vai subir e descer os cinqüenta metros da rampa mais rápido e em menos tempo que você precisa pra entender por que “strum um drang” virou “estrume do mangue” nesta versão antropofagiada e carnavalizada do texto do adolescente alemão de quase trezentos anos atrás para o brasileiro de hoje. Pode até ser que o olhar da garota do lado mexa com você como há muito tempo não acontecia ou que o garotão faça você reparar numa beleza e num cabelo igual ao que você já viu antes.
Pode tudo dentro da mais escandalosa disciplina que o teatro mais rigoroso exige. Afinal são seis horas cravadas para contar com toda dedicação um dos mais eletrizantes textos da história do teatro mundial. Você nunca viu o que você vai ver e vai sair querendo mais.

“Exu é duas cabeças.
ele olha sua banda com fé
uma é satanás no inferno
a outra é Jesus de Nazaré!”

Assim começa BANDIDOS na porta do teatro oficina. A voz maravilhosa da cantora Célia entoa com deliciosa melodia o canto que abre as portas para a entrada do público. Ela banha com champanhe a porta do teatro e nos prepara para o banho de luz, som, música, teatro, cores, mídias visuais em que estamos entrando, pisando de leve no tapete branco que cobre o chão do teatro. É deslumbrante!


Schiller em alemão quer dizer cintilante, a palavra reproduz o barulhinho das cintilações que emanam das coisas em vibração e será assim vibrante, barroco, luminoso, será assim que agora esse alemão, homem de teatro nos será apresentado.
Estou escrevendo tentando me segurar para não sair voando depois de seis horas meteóricas vividas dentro desta arquitetura destinada às mais ardentes paixões a caminho da alegria indescritível que é perseguida por esta peça de amor sobre todas as coisas.
Uma intriga entre irmãos que rende um dos mais delirantes discursos sobre as vidas humanas. Estamos todos lá nesse encontro original, nos reconhecemos Jesus ou Satanás, amantes sempre, correndo atrás do desejo. Todos, sem exceção. A peça é simples como uma pétala e não há quem não se emocione. Vamos rir e chorar como há tempos não fazemos dentro do teatro, porque as interpretações são de arrombar. Não quero estragar a surpresa de ninguém, mas quando Naomy abre o segundo ato com a ária da opéra de Ariadne ou quanto Damião Marcelo pede dez minutos de amor com Ariadne Sylvia, é de rasgar o coração de não sei que emoção, que palavras podem definir melhor. Preste atenção aos vôos dos corvos do Edgar Alan Poe, com seu definitivos nunca mais. Que riqueza de imaginação criou aquelas maravilhas! E o figurino cacho de uvas da Bacante Vidente!? As marionetes!? A banda que toca tudo que se possa imaginar que vai do som mais pianíssimo, trompetíssimo, tamborinado, de baixo, voz violão até o mais estrondoso solo de bateria. Pra onde você olhar estará tendo visões inacreditáveis. Não dá pra citar um a um, é uma ficha técnica de gigantes. Seria o caso de citar um a um, sem preguiça mas não vão deixar e o que eu quero é dar o mais rápido possível o meu recado. Peguem a ficha técnica para rezar baixinho cada um daqueles nomes que da direção à produção, à atuação, criação. Cada nome é o nome de um ator santo, que nos santifica e embeleza com tanta dedicação. Zé Celso é sempre a parte. Esse homem é um gênio, um presente dos deuses pra nosso mundo, uma honra para o teatro da cidade de São Paulo.
Aliás, é pela efervescência no teatro que se faz dentro do Oficina que se compreende a diversidade teatral que enfeita e enriquece a vida da cultura nossa cidade, o Oficina é o amor a todos os teatros, todos os atores, todos os grupos, que com sua virulência fazem o melhor teatro do mundo, dá vontade de sair gritando todos os vivas e evoés que o teatro merece.
Com todo amor que houver nesta vida, não deixe de viver essa alegria indescritível.

PASCOAL DA CONCEIÇÃO

(Sábado eu estou lá de novo e vou levar todo o elenco do CALÍGULA!)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Filmagem do DVD

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

depoimento

"Não consigo mais me ver como um ser pensante sem fazer parte daquilo que repulto como o último movimento intelectual deste país - o Teatro Oficina.
...fui literalmente absorvido pela mágica de "Os Bandidos" e pela seriedade deste grupo."

- Marco Notari, 43 anos, advogado e escritor, após um final de espetáculo.

sábado, 29 de novembro de 2008

O TEATRO CURA?
Em um “ensaio corrido” de OS BANDIDOS, uns quinze dias depois do início da montagem da peça, eu entendi porque estava fazendo este texto. Ele é um purgante: uma bebida de sabor desagradável que ajuda a expelir o que nos prende e que de nós deve sair.
Tenho desde que sei de mim, um intestino preguiçoso, que ajudo a funcionar melhor através de massagens e muita fibra no café da manhã.
Pois desde o dia em que entendi que OS BANDIDOS era um purgante, meu intestino passou a funcionar quase que cotidianamente. Tanto que, hoje sei que quando vou para o Teatro fazer KOSMOS, meu personagem nesta peça, eu sei que vou me aliviar do que de mim precisa sair. Mas tudo isto é ajudado também pelo fato de que nesta peça eu interpreto um dos tipos mais “enfezados” que conheço. Um homem que quer reter pra si o mundo todo, que não quer dar passagem a nada. Acredito, portanto, que estou vivendo um movimento compensatório. Tudo que em mim, KOSMOS retêm, o meu intestino manda embora.
Oxalá KOSMOS deixe nas minhas entranhas esta lição!
Que eu saiba expelir o que tem que sair!
Viva a Encarnação-Teatro!
MERDA!
Aury Porto
São Paulo, 27 de novembro de 2008

terça-feira, 11 de novembro de 2008

a irreverência de nossos técnicos-atores

Ricardo Moranez, Renato Banti, Lúcia Ramos, Daniel Camilo e Jair Molina Jr.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

sábado, 1 de novembro de 2008

Dionisio, 50 anos

por Rodrigo Dionisio, do blog http://hajasaco.zip.net

DIONISIO, 50 ANOS

Não é pseudônimo. É sobrenome, trazido com meu avô, retirante de Pernambuco, assim mesmo, sem acento. E estávamos lá, em presença física ou espiritual, Dionisio, Artaud, Rocha, Monteiro, Buarque, Becker, Pandolfi, Nachtergaele, Brecht, Mello e, claro, Martinez Corrêa. Lá no teatro Oficina, em sua comemoração de 50 anos de existência, na terça-feira passada. Começou por volta das 21h45, tive de sair umas 3h30 da quarta. A festa continuou, até 6h30, fiquei sabendo. Pareceu só terem passado 10, 15 minutos. Foram encenados trechos das principais montagens do grupo, bebeu-se vinho, se improvisou, muito. Atuações exageradas, dança, cacos, intimismo, imaginação, pouco a ainda ser mostrado, áudio, vídeo, céu.

A melhor palavra para descrever o que foi visto é anacrônico. E isso pode ser crítica e elogio. Zé Celso e sua companhia pregam coisas fora deste tempo. De piadinhas com artistas "vendidos" (talvez irônicas para a trupe, mas levadas a sério por parte de seu público, que gritava impropérios contra a TV Globo durante aparição surpresa de Matheus Nachtergaele) a um espírito aparentemente enterrado na cultura nacional. Cultura dionisíaca, do gozo, mas não do egoísmo. O verdadeiro tesão vem em grupo, e o Oficina mostra-se generoso, prega o olhar para o outro, o respeito a quem quer jogar o jogo. Zé Celso bradou, várias vezes, contra o burburinho de conversas nas galerias e do lado de fora: "Isto não é sala de visita! O teatro odeia sala de visita!". A cultura nacional tem se tornado uma grande sala de visita, por culpa de quem faz, mas principalmente de quem assiste.

O Oficina é anárquico, hedonista, sexual e sexualizado. Os corpos nus dos atores inspiraram casais, trios, quartetos que se beijavam ao final oficial do espetáculo, antes de tudo virar pura festa. A menina que quase virou personagem, trocando de parceiros e rolando no chão com eles entre as pernas, às vezes em cena aberta. Sem dúvida outras ações, dos mais tímidos, na volta para casa ou entre quatro paredes. E quem tem um pouco de sensibilidade entende, isso não é exposição fácil, e sim busca de libertação, da divisão para soma, Sodoma, doação. Não vale como contar beijos na boca e encubar sapinho em micaretas. É usar seu corpo para algo especial, mesmo que só dure 30 segundos.

E talvez, e principalmente, tudo naquela terça-feira revelou-se tão anacrônico por causa do público. Quem estava lá na fila, e trocou vinho, flores e frutas pelo ingresso, não parecia com os freqüentadores do Studio SP ou do Espaço Unibanco. Havia até uma linha, seria possível tentar, mas do estudante de publicidade e propaganda à senhora de camisa com estampa de oncinha, do mar de jovens atores e músicos ao bebê que, ao ver sua imagem projetada no telão, mandava beijos (sim, havia crianças na platéia), todos tinham lugar. O Oficina não escolhe público, faz marketing mambembe, acolhe quem quiser ir e ver. Saí de lá trêmulo. Poderia dizer que a culpa era do frio da madrugada, tenho certeza não ser só isso.

Antes do rito, como foi chamado, ainda na fila de entrada, um vídeo-repórter da TV Cultura enfiou a câmera na minha cara e pediu para eu mandar uma mensagem para o Oficina, além de parabéns. Nessas situações, você sempre fala o que vem na cabeça, óbvio e idiota, mas normalmente sincero: "que venham mais 50 e mais 50 anos". Que depois do Zé (o grande pai branco daquele terreiro), se leve a história em frente. Que alguém convença Silvio Santos e os moradores do bairro da possibilidade de uma convivência pacífica. Tudo ali parece fora do tempo, mesmo, e que fique claro, sendo moderno como Tropicália e Mutantes ainda são. Era/É um tempo muito bom. Era/É teatro, mas era/é muito mais. Evoé!

 
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