quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ser o Silvio Santos

Os Bandidos. Schiller, Zé Celso. Ardor e amor. Um espetáculo onde Silvio Santos e Uzyna Uzona se misturam. Viram rimas. Teatro e Novela (seria tão mais fácil e -cult -se fosse cinema) num mesmo terreiro, opa, num mesmo espaço. Um desafio praticamente impossível. Encarei o vídeo. A peça está feita. Estreiamos. Lindo. Porem continuo nesse desafio. Sou ainda a estranha no ninho. Olhares desconfiados. É sempre tão difícil. Silvio encanta com o poder da comunicação. Da massa. Ele tem a TV que propaga esse eco. Tecnologia. Ele se coloca como Deus numa propaganda. Talvez o seja. Ele é amado nas ruas. Me confundo entre os dois mundos. Meu coração clama, aclama para descobrir esse segredo. Como levar esse público ao teatro? Como AMPLIFICAR esse ardor? Como fazer um teatro estádio para levar multidões? FUTEBOLIZAR. FUTEBOLIZAR. GOL. Trazer esse Silvio Santos que esta em cada um? Talvez. O teatro é o templo. Um lugar sagrado. O Oficina então…. Uma cortina separa o mundo real do mundo teatral. Zé quebrou as cortinas desde de sempre e agora as traz de volta como metáfora . Subtexto? Mais confusão. Zé também sempre fez questão de tecnologia. Da imagem. Da divulgação. Mas não há transmissão. Silvio usa tudo isso pra falar com o povão. Sinto que há espaço para 2 mundos. Num mesmo lugar. Num mesmo quarteirão. Temos que unir. Nos unir. Tem que acontecer DOAÇÃO. Desapego. A intelectualidade e a sacralidade nos afasta daquele que vê em Silvio Santos seu Deus. E que assina o shopping. Que acredita nesse mundo melhor. Num Baú onde haja a FELICIDADE. Nos afasta do próprio vizinho que assiste a novela real das 8.
MEU DEUS, essa nossa novela só tem sentido se for encarada como novela da nossa cidade.

Ainda não experimentei a alegria absoluta.

E por que não?
Lutar por IBOPE.
Mudar o roteiro. Se necessário. O vilão se torna mocinho e o mocinho vira o ladrão. Por que não? É tudo ficção. Quanto mais mergulho, mais me afasto. E longe, mais perto estou. Meu coração é parte desse enredo. Me sinto Diadorim. Quase me afogo. A hora é agora. Tem que ser agora. Nós, do teatro. Nós da televisão. Nós da Globo. Do SBT. Nós. Hora de nos entregarmos sem medo para o OUTRO. Hora de parar com bairrismos. Ismos. Ismos. O Oficina abre as portas, e fica lá só quem se fecha. MUROS MUROS MUROS MUROS Acho que o muro tem que começar a ser derrubado. Começar por dentro. Vamos construir essa ponte. Que se inicie já essa obra. Do centro da PISTA ao ANHAGABAÚ de cada um. Sabemos disso. Tento um encontro com Silvio Santos. Vou conseguir. Veja bem, esse texto não é uma prece ao Deus de ninguém. Nem Ao Zé Deus. Nem Ao Silvio Deus. Tu é Ele! Que é um outro: Aquele É um grito. Uma pergunta. Na prática o teatro tem que ser um espaço de todos e não só em atas e burocracia. Um movimento popular. Um SBT. Abram as portas. TODOS NÓS. Todos VCS. Um movimento contra elite. Elite de qualquer coisa. Contra TODO E QUALQUER PRECONCEITO. PERMITA A NOSSA ENTRADA, EM TODOS LUGARES. VCS e Nós. Sentem-se. Em qualquer cadeira. Ou no chão. Nos recebam com amor e verdade, sem rancor.
HATE GROUPS. HATE GROUPS.
Lugar de Bandido é na CRUZ.

GRITA. ESCANCARA.

Ardor!
elaine

3 comentários:

Anônimo disse...

esse processo de quebra dos nossos muros em direção ao nosso anhangabau é a coisa mais importante que temos. para a ponte de carne entre você e eu.

entre todos vocês, de todos os lugares.

Caio Rocha ; ) disse...

temos que enchegar alem dos muros...os caminhos e maneiras de atração desses corpos dispersos,e ditos diferentes!!!

OLHAR PRAM TODA AS DIREÇOES SEMPRE!!

Fredy Állan disse...

o entorno do oficina, é muito importante...o que aocntece, o que poderia acontecer, teatros fechados, estacionamento, casas-moradores botecos, samba da rua... agremiar a manifestação viva do bixiga fortalecer o bairro, chamar grupos, ações na rua, no entorno... abrir os muros é abrir o pojeto para o bairro na ação viva e direta... amor!

 
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